quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Cidade subterrânea de Derinkuyu, na Turquia




Em 1963, um habitante de Derinkuyu (na região da Capadocia, Anatolia Central, Turquia), ao derrubar uma parede de sua casa, descobriu assombrado que por detrás da mesma se encontrava uma misteriosa habitação que nunca havia visto; esta habitação levou-o a outra e esta a outra e a outra…
Por casualidade havia descoberto a cidade subterrânea de Derinkuyu, cujo primeiro nível foi escavado pelos hititas cerca de 1400 a.C.


Origem

Sua origem é controversa, alguns arqueólogos datam suas origens por volta do ano 4 000 a.C., outros defendem que suas origens são ainda mais remotas, por volta do ano 9 000 a.C., embora a datação por carbono-14 realizada em esqueletos do cemitério paleolítico-cristão situado nessa cidade datam do ano 1 800 a.C.. Estima-se que a cidade começou a ser abandonada por completo por volta do século VIII.


Arquitetura

A cidade é formada por 20 níveis, embora apenas 8 estejam abertos a visitação pública. Neles podem encontrar-se cisternas para armazenagem de azeite de oliva, armazéns de alimentos, cozinhas com sistema de dispersar fumaça de forma que não fosse notada na superfície, bares, poços de água, templos de culto, estábulos e até 52 tubos formando um incrível sistema de ventilação para que o ar entrasse e percorresse todos o níveis, até aos mais inferiores. A temperatura ambiente sempre gira em torno dos 13°C, independente da temperatura que faça na superfície, daí advém uma das teorias de sua origem, que poderia ter servido de refúgio, durante alguma era glacial.

Escavada em rocha vulcânica, a sua arquitetura é um tanto rudimentar, embora fossem usados sistemas engenhosos para bloquear a entrada de intrusos, como portas em forma de rodas esculpidas de uma rocha de consistência mais dura, daí supõe-se também que provavelmente essas cidades foram construídas como cidades de defesa.
Essas portas de rocha tinham de 1 a 1,5 metros de altura, uns 50 centímetros de espessura e um peso de até 500 kilos, como na seguinte imagem.


Foram descobertas mais de 600 saídas à superfície e se calcula que essa cidade poderia albergar até 100.000 habitantes possuindo também um túnel com aproximadamente 8 km de extensão que a conecta com outra cidade subterrânea de Kaymaklı, segue imagem.

De cidades subterrâneas desta zona já falava o historiador grego Jenofonte.
Na sua obra Anábasis explicava que as pessoas que viviam na Anatolia haviam escavado as suas casas no subsolo e viviam em alojamentos suficientemente grandes para albergar uma família, os seus animais domésticos e armazém de alimentos.


Nos níveis recuperados, encontraram-se estábulos, comedouros, uma igreja (de planta cruciforme de 20 por 9 metros, com um teto de mais de 3 metros de altura), cozinhas (todavia já enegrecidas pelo fumo das fogueiras que acendiam para cozinhar), prensas para o vinho e para o azeite, tabernas, cantinas, uma escola, numerosas habitações e até um bar.


A cidade beneficiava da existência de um rio subterrâneo; tinha poços de água e um magnífico sistema de ventilação. (Encontraram 52 poços de ventilação que assombraram os engenheiros da atualidade).

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Fontes: